Homenagem ao Sr. Francisco Bregue
Seu Chico
V Concurso de Músicas de Carnaval de Florianópolis
Categoria: Marcha
Classificação: 2º lugar
Nome: Onodi
Compositora: Silvia Beraldo
Interprete: Denise
ONODI
(Letra e Música: Silvia Beraldo)
Desceu um avião lá no
Campeche
De um tal de Zé Perri
O aviador era maluco
Trouxe um cachorro de Pedegri
Aviadô
O Zé Perri
Trouxe um cachorro de pedegri
Aviadô
O Zé Perri
Trouxe um cachorro de pedegri
Do bar do Chico ele virou freguês
Metido a gente fina
O bicho era francês
E de bonjour a mon amour a c'est fini
Atá cardápio Virou meni
Seu Garson faz o favor de me trazer um peixe
frito
Disse pro Chico, disse pro Chico
E o nome dele todo mundo pergunto
Oi oi oi o seu Chico falo
Onodi, Onodi
Pergunta lá pra esse tal de Zé Perri
Onodi, Onodi
Pergunta Lá pra esse tal de Zé Perri
Arte ONODI 2005
(2005)
Dia de Santa Luzia, "já pedi para ela me dar boa visão".
"Nasci no dia 09 de março de 1924 mas meu registro é
do dia 12.
Sempre gostei de carnaval. Desde pequeno brincava muito de entrudo como
ainda hoje é feito no Ribeirão.
No Campeche, os bailes eram feitos nas casas mais antigas, começava
às 4 horas da tarde e ia até 10 da noite.
Quando o baile era na casa da esquina (hoje esquina da Rua da Capela e
Av. Campeche) o conjunto chegava e o baile logo começava. "A
rua ficava intransitável, eu cuidava da porta. Sempre tinha algum
que pulava a janela, mas eu ia lá atrás pra cobrar. Vinha
gente do Estreito, da Barra da Lagoa, do Ribeirão, ficava lotado".
Deixou de promover baile porque a casa ficou muito ruim.
Trabalhou na Base Aérea entre 1941 até 1944. "Todo
o dia saía de casa às 4, 30 da manhã e ia a pé,
do Campeche até a Base, mais tarde ia a pé até a
Seta na Costeira para pegar o caminhão que levava a gente para
a Base".
"Daqui do Campeche até a Lagoa eu tinha muita sorte para arrumar
namorada mas do Campeche para o Ribeirão não tinha sorte
nenhuma. Aí, casei com a dona Eva, minha vizinha, quando ela tinha
16 anos e eu 21.
Com uma vitalidade invejável nunca ficou fazendo um trabalho só, exercendo várias profissões: Professor de Alfabetização de 1947 a 1950, Suplente de Delegado: "Nunca prendi ninguém", sub-delegado da Lagoa, funcionário do Ministério da Agricultura "quando numa galiota puxada por uma junta de boi, distribuía sementes de hortaliças para as comunidades", pescador e ainda fazia farinha quando chegava a época.
"Se trabalhava muito naquela, tudo era mais difícil e as
famílias sempre eram grandes, eu por exemplo, tive treze filhos.
No verão trabalho aqui no bar, que existe desde 1981 e no inverno
eu e meus companheiros, pescamos. Sempre levanto muito cedo e vou logo
pra lida: cuido dos meus boizinhos, compro os mantimentos pro bar, no
verão, ou vou pro mar, na época da tainha, mesmo com 80
anos."
Do passado, "seu" Chico guarda boas lembranças da mocidade,
da vida de lavrador, como funcionário público (facilitou
sua aposentadoria) e da pesca que sempre gostou. Seu pai lhe ensinou algumas
estratégias que tem lhe ajudado muito, tipo "quem não
é visto não é lembrado", "o valente é
o que corre", no sentido que a violência não é
um bom caminho e "a amizade é a melhor coisa que existe".
Lembra que no dia 27 de setembro de 1947 uma nuvem de gafanhoto imensa
cobriu o sol e todo mundo ficou preocupado. Gosta de contar sobre o passado
do Campeche, lembra bem os originais nomes das suas ruas como a rua do
Mato de Dentro (atual Pau da Canela) e o Caminho da Fonte de Água
(atual Servidão Harmonia).
Estar com "seu" Chico é entrar numa freqüência de paz, riso fácil, responsabilidade, amizade, crença na vida, tudo junto construindo o dia a dia.
Isolete Dozol - Campeche
Florianópolis, Janeiro de 2005
Mais uma vez o Bloco ONODI sairá às ruas do Campeche. Será
uma festa alegre e exemplo de solidariedade e cidadania. Sem incidentes,
reunirá cerca de mil pessoas, numa diversão de cinco horas.
Naturalmente que muitos esforços se juntarão para que isto
aconteça.
Estamos agora nos organizando para realizarmos o Carnaval 2005, com o
mesmo esquema funcional que utilizamos nos anos anteriores, e gostaríamos
desta vez de pedir a vossa colaboração.
O slogan do carnaval ONODI 2005, será uma homenagem a uma das ilustres
figuras existente em nossa comunidade: Sêo Chico. O desenho produzido
pelo artista plástico Bonson, retratando o ambiente da praia do
Campeche, especialmente o Bar do Chico.
Seu Chico faleceu no dia 20 de Dezembro de 2011
Fev 2005
Marchas são premiadas
Paulinho Carioca, com a marcha 'Manezinho Maior', conquistou o primeiro lugar no 5o Concurso de Músicas de Carnaval promovido pela Prefeitura. A segunda e a terceira colocação, respectivamente, foram para Silvia Beraldo, por 'Onodi', e Márcio Martins, com 'Cadê a Poesia?'. Na categoria marcha-rancho, o vencedor foi Nelson Wagner, por 'Apoteose de Prata', seguido por Manoel Daniel Filho, com 'Sonho Lindo', João José Caldeira Bastos, 'Se Me Quiseres' e Amaro M. da Costa, 'Rancho para o Ribeirão'.
Classificaram-se para a fase final as marchas 'Cadê a Poesia?', de Márcio Martins; 'Onodi', de Sílvia Beraldo; 'Bin Laden', de Manoel Daniel Filho; 'A Marchinha do Francês' e Jorge Coelho; 'Manezinho Maior', de Paulinho Carioca, e 'Fio Dental', de Luiz de Souza.
Pela modalidade de marcha-rancho, obtiveram vagas as músicas
'Lua', de Márcio Martins; 'Batida do Coração',
de Edison Evangelho; 'Rancho para o Ribeirão', de
Amaro da Costa; 'Se me Quiseres', de João José
Caldeira Bastos, 'Sonho Lindo', de Manoel Daniel
Filho, e 'Apoteose de Prata', de Nelson Wagner.
Os vencedores de cada categoria vão receber premiação no
valor de R$ 1,5 mil para o primeiro lugar, R$ 1 mil para o
segundo e R$ 800,00 para o terceiro. Todos os primeiros
colocados ganham igualmente o troféu Aldário Simões, uma
homenagem ao jornalista e carnavalesco morto em janeiro de 2004.
As eliminatórias ocorreram na segunda e terça-feira à noite,
no vão central do Mercado Público.
Link - http://an.uol.com.br/ancapital
26 de Janeiro de 2005
Tio
Cesar responde sobre carnaval
(...)
Talvez um dos melhores
programas seja o Onodi. O Onodi é o bloco do
Campeche/Rio Tavares. Sai pelas ruas da região, vai a família
toda, autêntico carnaval de rua. Como nada é perfeito, nos últimos
anos tem se organizado e é recomendável comprar a camiseta para
ir devidamente uniformizado. A camiseta, este ano, traz a estampa
do Seu Chico ao lado da sua bucica. Explico: seu Chico é o dono
do buteco que tem à beira do mar perto do Campeche (foto abaixo),
figura lendária do bairro. E bucica é cadelinha, no dialeto
local. Diz a lenda que um dia alguém chegou para o seu Chico e
perguntou como era o nome da cadelinha que estava na porta do
buteco. E ele respondeu 'ô no di' (Nota do Tradutor:
'eu não dei'). E a partir daí todo mundo começou a
chamar a bucica de Onodi. A marchinha-tema do bloco 2005, diz quem
já a ouviu, está bem bonitinha.
O Onodi sai, se não me
engano, no sábado à tarde (neste
link tem informações detalhadas e neste
outro aqui, tem fotos do Onodi em carnavais passados).
E dependendo da desenvoltura do participante, pode render programa
para o resto do Carnaval, porque vai literalmente todo mundo. As
casadas, as apartadas, as viúvas, as desesperadas, as dadas, as
recatadas, as difíceis e as nem tanto. O nome do bloco, é bom
explicar para quem não é de Florianópolis, tem um segundo
sentido malicioso, que deriva de um dito popular:
quês tê filho, quês tê filho? Vai dá como o di!' O nome,
portanto, esclarece que 'eu não dei', ou seja, 'ô
no di'.
O ponto de encontro é na
igrejinha do Campeche, às cinco da tarde. Dai sai em direção
à Lagoinha do Rio Tavares e faz a curva no bar do Minga e volta.
Perto da igrejinha, a festa continua, sob o formato de alguma
coisa parecida com um baile popular. Arme-se, portanto, de ânimo
e esperança, passe glostora nos cabelos e vá à luta: as
animadas participantes do bloco, embora cantem 'onodi',
talvez estejam querendo dizer 'querodá'. No bom
sentido, é claro.
Bom
carnaval.
Quarta, 02 de fevereiro de 2005, 12:57
Quarta, 02 de fevereiro de 2005, 12:57
Posted by cesar at janeiro 26, 2005 09:10
AM
(
Link - http://www.gardenal.org
)
Diário Catarinense
Seu Chico é um bem-humorado manezinho. Sobre a idade, costuma
falar:
- 18 anos. De três para a frente - brinca, enquanto serve
petiscos e bebidas aos clientes.
Ele conta que sempre gostou de Carnaval. No Campeche, os bailes
eram feitos nas casas mais antigas. Começavam às 16h e se
encerravam por volta das 22h. Entre 1941 e 1944, seu Chico
trabalhou na Base Aérea. Foi também professor de alfabetização,
agricultor, pescador e suplente de delegado na Lagoa da Conceição.
- Nunca prendi ninguém.
O Bloco Onodi surgiu em 1998. Alguns foliões, cansados dos
festejos da cidade com ocorrências violentas e sensibilizados com
a falta de dinheiro da Banda Nossa Senhora da Lapa, do Ribeirão
da Ilha, decidiram se unir. Sentiam, tambêm, a necessidade de
fincar as raízes populares. O primeiro desfile foi em 1999. Em
2001 surgiu o primeiro tema ONODI 2001 - Uma Odissêia no
Campeche. A letra, uma espécie de hino mantido até hoje, é
assinada por Jorge Coelho. Os temas têm a ver com a cultura
local.
Antes que máli lhe pregunte: tás com a pomboca acesa?
Seu Chico, um símbolo da cultura ilhoa, merece.
Guia Floripa
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